Em um mundo cada vez mais globalizado, a concorrência entre as nações se expandiu e a “qualidade” de uma região passou a ser um fator chave a afetar decisões de investimentos, localização de empresas e fluxo de mão de obra. Devido à sua crescente visibilidade e difusão na mídia, os rankings internacionais de atratividade ganharam enorme importância no apoio às decisões estratégicas das empresas, na formulação de políticas públicas e na percepção internacional sobre cada país.
A maioria dos países reconhece a importância da atratividade do país para alavancar seu crescimento e implementa estratégias para melhorar seus Indicadores Chave de Desempenho e sua posição nos rankings internacionais. Entretanto, muitos desses rankings apresentam problemas metodológicos importantes como uso excessivo de pesquisas qualitativas, critérios subjetivos e utilização de dados não padronizados entre os vários países. Além disso, eles frequentemente desconsideram aspectos essenciais como as competências, infraestrutura, segurança e estabilidade da população
A Ambrosetti criou seu Global Attractiveness Index com o propósito de disponibilizar um indicador confiável da atratividade dos países para a comunidade empresarial mundial e para os formuladores de políticas nacionais. Os 50 Indicadores Chave de Desempenho utilizados se organizam em 3 índices intermediários:
- Índice de Posicionamento (PI) que mede a atratividade de um País em relação a outros e é avaliado com base em quatro atributos: abertura da economia, inovação, eficiência e recursos
- Índice de Dinâmica (DI) e Índice de Sustentabilidade (SI) medindo, respectivamente, a mudança de curto prazo do nível de atratividade (últimos 3 anos) e a sustentabilidade real da posição do país
Os resultados para 2016 posicionam o Brasil na posição 24 de um total de 144 países. O país mais atrativo do mundo estabeleceu o referencial a partir do qual todos os demais foram classificados. Como os EUA obtiveram a maior pontuação, seu índice tornou-se igual a 100. Quatro outros países possuem pontuação semelhante e se configuram como o Bloco 1: os países mais atrativos do mundo para investimentos, se morar, estudar e viver: Alemanha, Japão, Canadá e Cingapura. Todos estes países têm pontuação entre 98 e 100
Países com pontuação entre 80 e 98 formam um segundo bloco de nações atrativas. Estão nele Reino Unido, Austrália, Holanda, Coréia do Sul, China, Suíça, França e Hong Kong
O Brasil faz parte do terceiro bloco, nações com pontuação entre 64 e 73. Estão neste bloco a Itália, Áustria, Dinamarca, Rússia, Suécia, Espanha, Irlanda, Noruega, Luxemburgo, Bélgica, Brasil e Finlândia. Nosso “score” foi de exatos 64,2 pontos. Não é uma pontuação maravilhosa mas também não pode ser considerada ruim, principalmente quando se constata que estamos no mesmo grupo de nações europeias desenvolvidas e bem longe de países com os quais normalmente somos comparados: México com 56 pontos, Índia com 55, Chile com 47, Colômbia com 32 e Argentina com 31 pontos ficaram muito distante de nós
O Brasil obtém pontuação alta em alguns dos Indicadores como produto interno bruto, expectativa de vida, usuários de internet, recursos naturais, taxa de suicídio e pessoas afetadas por desastres naturais. Em compensação, apresenta desempenho medíocre em fluxo turístico, quantidade de imigrantes e estudantes estrangeiros, produtividade da economia, carga tributária, índice de estado de direito (que mede, dentre outras coisas, a corrupção), e o índice global da paz (que mede a violência urbana, dentre outros fatores)
A análise cuidadosa revela que o Brasil, ao contrário do resto do mundo, não gerencia sua imagem e sua atratividade internacional. Somos essencialmente insulares, preocupados apenas conosco e fechados ao convívio com o resto do planeta. Pelo nosso gigantismo geográfico, distância física em relação à Europa, EUA e Ásia, tamanho da população e, principalmente, tamanho dos nossos problemas, o Brasil vive em torno de si mesmo. Faria muito bem à nossa economia e ao nosso amadurecimento como nação estar mais integrado ao mundo, absorvendo experiências e aprendendo mais rapidamente.
O Global Attractiveness Index, da Ambrosetti, pode ser utilizado como uma ferramenta que ajude nosso país a definir políticas que aumentem nossa atratividade, alavancando o crescimento econômico, estimulando a modernização do país e, acima de tudo, melhorando as condições de vida de 206 milhões de brasileiros.
A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados. A The European House – Ambrosetti é a quarta mais importante Think Tank Europeu (www.ambrosetti.eu)