Eu sou consultor profissional há 31 anos e a D.D existe desde 1995. Antes disso eu trabalhava para uma multinacional de consultoria bastante conhecida. Durante este tempo todo muita coisa mudou no Brasil mas há algo que ainda persiste: as enormes diferenças regionais

Diferenças de cultura regional sempre existirão em um país com estas dimensões. Se a gente olhar para os EUA verá a mesma coisa. O texano não é o californiano que não é o mesmo sujeito da Nova Inglaterra e muito menos o da Florida. Conviver com estas diferenças é parte do desafio do varejo à medida em que a rede aumenta sua região de cobertura.


Entretanto, há determinados conceitos que precisam ser relativizados. Hoje em dia, todos os profissionais, palestrantes, institutos de pesquisas e professores universitários voltados ao varejo falam muito em duas coisas: conveniência e sustentabilidade. E eu fico me perguntando: esses dois temas são nacionais mesmo ou sensibilizam apenas aqueles que vivem nas grandes capitais, onde o problema do trânsito e da destruição do meio ambiente é mais agudo?


Não tenho nenhuma pesquisa em mãos que me dê a resposta. Meu feeling é que sustentabilidade é palavra da moda, que gera um nivel qualquer de preocupação social nas pessoas mas que ainda não se reflete em ações abrangentes no varejo e na sociedade, exceto em poucas grandes capitais. As iniciativas que eu vejo parecem refletir mais o oportunismo do marketing do que uma orientação efetiva das empresas para políticas sustentáveis.


Conveniência é outra expressão muito na moda. O que é conveniência? Para quem mora em São Paulo, conveniência é o estabelecimento estar localizado perto da casa do consumidor e ter estacionamento gratuito (é preciso lembrar que a primeira hora de estacionamento em São Paulo, em qualquer bairro, varia entre R$ 10 e R$ 20). Mas para quem mora em Uberlândia, ou Palmas ou Natal, será que as pessoas pedem o mesmo tipo de “conveniência”? Eu já ouvi da boca de um monte de gente que sair de casa para ir nas lojas é um passeio e não uma obrigação. Nesse caso, conveniência pode ser você oferecer uma área de alimentação, um berçário para crianças pequenas ou um ambiente pouco ruidoso, que não canse seus clientes.


Para redes que começam a se expandir geograficamente, mapear e conhecer o comportamento e desejos de seus clientes é sempre um enorme desafio que conduz invariavelmente à sugestão de se reformular a organização para que ela opere de forma mais descentralizada, dando maior poder ao gerente regional ou da loja e transformando o marketing em uma área de suporte e inteligência. Eu sei que é fácil falar e dificil de fazer, especialmente em empresas mais antigas, com cultura corporativa estabelecida e que confiam bastante no feeling dos principais executivos, que geralmente são os próprios donos. De todo modo, é uma questão a ser pensada e onde a D.D Consultoria tem muito a contribuir