Varejo e as Redes Sociais

Todo mundo só fala de redes sociais. Se a gente for dar ouvidos a tudo que dizem, a vida passa a existir dentro do Facebook. Minha experiência profissional com redes sociais é que elas funcionam muito bem como complemento de marketing, como canal de comunicação bidirecional, como uma forma de se ter contato com o cliente sem maiores formalismos. Entretanto, não são um canal de vendas poderoso e podem funcionar como um tiro no pé. Da mesma forma que algo bom pode ser replicado sem maiores esforços, algo ruim ganha imediatamente ares de catástrofe. Então, é preciso ter cuidado quando se usa redes sociais.

Minha recomendação para meus clientes é que tenha na sua equipe um profissional (senior, se possível) que conheça muito bem o cenário virtual e administre a vida virtual não comercial das empresas. Nesse contexto, o twitter, Orkut, Facebook, outras eventuais redes sociais, blogs, áreas de comunicação no site, etc, ficarão sob responsabilidade desse profissional, o qual acionará os canais internos da empresa (marketing, jurídico, operacional) sempre que algo relevante, e que tenha capacidade de manchar a imagem da empresa, aconteça

É fácil perder o controle sobre o que acontece no mundo virtual. E raras são as empresas varejistas que são unanimidade, ou seja, ninguém nenhum defeito nelas. Via de regra, o mundo virtual é um teto de vidro para todos nós

Eventos Esportivos e o Varejo

Diversas cidades brasileiras vivem a expectativa dos negócios que serão gerados pela Copa do Mundo de 2014. E o Rio de Janeiro, em particular, se prepara também para a Olimpíada 2016, um segundo evento de grande porte em menos de dois anos após a Copa. O que tudo pode trazer de bom para o varejo?

Grandes levas de turistas são clientes paparicados pela indústria de serviços em geral: hotéis, bares, restaurantes, empresas de transporte terrestre, companhias aéreas, operadoras de telefonia celular, operadores turísticos receptivos, etc. Mas e para o varejo? Faz diferença se o varejo é virtual ou real? Faz diferença se ele comunica com o potencial cliente via SMS ou apenas via web? Basta o inglês para se comunicar com públicos do mundo inteiro? A demanda maior virá do turista brasileiro, do estrangeiro ou do cliente habitual?

Os grandes players do mercado estão começando a pensar na Copa e seus impactos no negócio. Há consenso de que nada de muito significativo acontecerá antes de 2013. Mas é consenso também que será muito se difícil tirar proveito dos grandes eventos esportivos se não se começar a pensar no assunto já.

Este blog dedicará bastante atenção a estes assuntos em suas próximas edições e também em fóruns e seminários do próximo ano. Nosso calendário de eventos por todo o Brasil terá a Copa do Mundo como um dos principais temas. Aguarde mais novidades

A antecipação do Natal

Outro dia eu fiquei surpreso ao passar na frente de um shopping center e encontrá-lo totalmente vestido para o Natal. Era dia 20 de outubro…… um pouco cedo para tanto

Depois notei que o varejo como um todo antecipou as decorações de Natal. Isso é reflexo da queda de vendas que todo mundo vem experimentando desde agosto. Agosto e setembro são meses tradicionalmente mais fracos. Mas outubro não é e outubro foi francamente desapontador. As informações que vão chegando indicam estabilidade nas consultas ao SPC, aumento da inadimplência e estabilidade na produção industrial (isso sim é um indicador que o varejo não está apostando no Natal). Segundo o IBGE, a produção industrial em agosto caiu 0,2% em relação a julho. Em setembro caiu outros 0,7% em relação a agosto. E espera-se nova redução em outubro. Em anos normais, esses índices costumam dar saltos positivos em setembro, outubro e novembro.

As entidades de classe costumam apontar as importações como o vilão da indústria. O crescimento da importação de bens de consumo vem na esteira da valorização na moeda e poderia explicar o marasmo industrial mas nunca o marasmo varejista. De todo modo, os dados já publicados indicam que as importações de bens de consumo em outubro ficaram no mesmo patamar de setembro, sem incremento algum, o que novamente reforça o receio de que o esfriamento da economia é bem maior do que está se divulgando

O envelhecimento da população e oportunidades para o varejo

O envelhecimento da população e oportunidades para o varejo

A pirâmide etária brasileira vem se modificando acentuada e rapidamente nas últimas décadas. O censo de 2010 indicou uma taxa de expansão da população (nascimentos menos mortes) de 1,17% ao ano entre 2001 e 2010. Esse índice foi de 1,64% aa entre 1991 e 2000. O resultado é um aumento pequeno do número total de habitantes do país e uma forte mudança na composição etária desta população: muito mais pessoas maduras e velhas em detrimento dos jovens. Essa realidade abre inúmeras oportunidades para o varejo, principalmente nos grandes centros urbanos.Pessoas maduras tem, em média, mais renda do que jovens e menos compromissos com educação e gastos familiares em geral. Costumam utilizar essa renda segundo padrões diferentes dos jovens.

E tem menos pressa em fazer as coisas do que os jovens. A casa é um ambiente que ganha importância, assim como viagens turísticas para lugares mais refinados, roupas melhores, bares e restaurantes com ambientação adulta (ou seja, música não muito alta, espaço entre as mesas, decoração clássica, serviço de boa qualidade).

A unidade familiar será cada vez menor e mais ágil, o que facilita mudanças físicas. As metrópoles, com toda sua carga de ruídos, agressividade, desperdício de tempo e desorganização, serão cada vez mais trocadas por condomínios próximos a elas ou simplesmente por cidades menores e mais distantes, porém servidas por boas estradas ou aeroportos. O consumo tende a continuar a se desconcentrar.

Segundo dados da Nielsen, 29% dos lares brasileiros são compostos hoje por consumidores com mais de 50 anos de idade. O crescimento da população de mais idade, principalmente a partir dos 70 anos, propicia a implantação de condomínios voltados para a terceira idade, com serviços ambulatoriais básicos incluídos, ambientes de sociabilização, facilidades locomotoras e tranquilidade.

O varejo para lares maduros e para a terceira idade é um tema que será mais explorado aqui no blog no futuro.

O mercado para cervejas premium e super premium

O mercado mundial de cervejas é tão variado e sofisticado quanto o de vinhos. Entretanto, enquanto o vinho tem status de produto nobre, com todo um ritual associado a ele, a cerveja só goza de mesmo status nos países desenvolvidos. No Brasil, é historicamente um produto barato, de consumo popular e que é bebido de forma totalmente descompromissada

Essa realidade vem mudando nos últimos 10 anos. Hoje, o mercado de cervejas premium (as Bohemias e Heinekens) ou as super premium (cervejas artesanais e especiais importadas de pequenas cervejarias) crescem a uma taxa que ninguém consegue precisar mas que deve estar na casa dos dois dígitos. O fato é que o segmento premium já representa 5% do volume total vendido e o super premium fica por volta de 0,5%. Considerando que a produção total brasileira é de 12,5 bilhões de litros, o mercado das cervejas premium e super premium representa nada desprezíveis 700 milhões de litros


As grandes cervejarias (Ambev, Schincariol e Heineken) representam boa parte da oferta de cervejas premium e entraram com força na super premium. A Inbev, controladora da Ambev, possui mais de 200 rótulos de cerveja em todo o mundo e aos poucos vai trazendo para o país novos produtos que vão desde as populares BudWeiser e Norteña (aqui ainda consideradas premium) até as mais sofisticadas Stella Artois, Leffe, Hoegaarden e Franziskaner. A Schincariol, por ser de capital nacional, optou por uma agressiva estratégia de aquisição de cervejarias artesanais (Baden-Baden, Devassa, Eisenbahn), mantendo os rótulos e estilos originais e agregando marketing e distribuição. A Heineken vai pelo mesmo caminho da Ambev. Seus rótulos são, em sua larga maioria, considerados super premium no Brasil (Amsteel, Birra Moretti, Sol,  Dos Equis, e muitas outras)

Este blog é de opinião que o mercado de cervejas premium e super premium continuará crescendo a taxas elevadas à medida em que o paladar brasileiro se habituar aos mais de 80 estilos diferentes de cerveja existentes no mundo, desde as convencionais lager pilsen até as exóticas Lambics, Abbey Dubbel, Bière-de-Garde ou Trapistas. O próprio grupo que controla a D.D Consultoria tem interesses no mercado varejista de alimentos e bebidas e procura por oportunidades associadas a cervejas especiais


Para maiores informações gastronômicas sobre cervejas especiais, consulte o blog abaixo:


http://worldbeer2.blogspot.com/