Uma única mudança determinará o futuro do Brasil

Uma única mudança determinará o futuro do Brasil

Por Fabio Nogueira

A grande maioria dos problemas brasileiros deriva de 3 males com raízes históricas que precisam ser urgentemente corrigidos. E a correção implica em uma mudança cultural profunda. Todos sabemos que mudanças culturais não ocorrem da noite para o dia, especialmente quando está-se referindo a uma sociedade inteira. Portanto, não há tempo a perder. Quando mais cedo nós nos conscientizarmos que estes três fatores culturais precisam ser profundamente discutidos e modificados, melhor para o futuro do país. Sem essa mudança, o Brasil continuará navegando em águas turvas:

Todos são desonestos

a gigantesca burocracia brasileira está diretamente relacionada às nossas origens. Durante séculos este país foi colonizado por indivíduos inescrupulosos, quando não degredados, cujo único propósito era explorar a terra e enriquecer. Ao rei só interessava os impostos. As únicas leis que existiam eram as que atendiam à conveniência dos colonizadores. Ao povo só restava desenvolver subterfúgios para defender o que era seu ou garantir o mínimo para si próprio. Valia a regra do cada um por si, Deus por todos. Resultou disso a cultura de que o governo impõe as leis que lhe interessam, tomando por norma que ninguém as irá cumprir. Então toca a exigir documentos, assinaturas, reconhecimentos de firma, registros de toda ordem, inscrições, comprovações, validações, revalidações, etc. O princípio de que todos são desonestos precisa ser eliminado e substituído pelo seu oposto: todos são honestos até prova em contrário. Vale a declaração e a boa-fé. Essa é a maior mudança cultural que este país precisará passar

Empresário enriquece roubando

mais um elemento cultural diretamente ligado às nossas origens. Os “empresários” originais eram os próprios colonizadores, que eram também os donos do poder, legisladores e juízes. Até hoje é parte do imaginário popular brasileiro que todo empresário é poderoso, amigo de político e acima da lei, enriquecendo às custas de falcatruas. É verdade que uma quantidade grande de políticos tem seus próprios negócios e que existem empresários que fazem negócios obscuros apoiados em relações privilegiadas. Entretanto, há cerca de 6 milhões de empresas abertas no país (sem contar os MEI – micro empreendedores individuais), dos quais uma quantidade mínima está associada a indivíduos detentores de funções públicas. A esmagadora maioria dos empresários, bem como a maior parte do recolhimento fiscal e da geração de empregos, vem de empresas que lutam para sobreviver em um ambiente altamente desfavorável à iniciativa privada.

O governo é responsável pela prosperidade das pessoas

novamente temos algo que nos remete ao passado. Para sobreviver e prosperar na colônia era fundamental ser amigo dos donos do poder, que legislavam em prol de si e dos protegidos. O que restou desse período no inconsciente coletivo é que o governo tem o poder de garantir a prosperidade de todos. Em pleno século 21, essa crença é infantil. Em qualquer país desenvolvido do mundo o governo é um provedor de serviços e garantidor da ordem econômica. Obviamente, a grande maioria dos países implanta uma rede de proteção e promoção do bem-estar social. Mesmo assim, continua sendo responsabilidade de cada pessoa se esforçar para prosperar na vida, seja como empresário, empregado, esportista, intelectual, artista ou qualquer outra atividade profissional que tenha escolhido. Quanto mais a sociedade pede que o governo garanta seu bem-estar via leis, regulamentos, cotas e benefícios, mais o governo interferirá nas decisões privadas do indivíduo, mais burocracia será gerada, mais impostos serão cobrados, mais poder será concedido ao governo e mais espaço será criado para corrupção.

Em suma, o governo precisa confiar em nós, os empresários precisam ser revalorizados e o esforço individual deve se tornar uma obsessão nacional. Se nós conseguirmos realizar essa mudança cultural, o Brasil automaticamente enveredará por uma rota virtuosa de prosperidade econômica e social.

Fabio Nogueira é economista pela FEA-USP, com MBA pela Hult Institute, Boston / EUA. É Vice-Presidente da ADVB – Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, fundador do Observatório da Longevidade e Sócio-Diretor da Prosperidade Consultoria

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados

Inovação: a eterna chave do sucesso

Inovação: a eterna chave do sucesso

A inovação tem sido a chave para a evolução da humanidade e para a construção de riqueza. No Brasil, sempre se associa a palavra “inovação” com tecnologia. Não há uma razão clara para isso mas sempre que eu falo de inovação eu percebo que as pessoas imaginam processos produtivos novos, produtos únicos e coisas do gênero. Peça a algum brasileiro para dar um exemplo de empresa inovadora e ele provavelmente dirá “Apple”, ou algo assim.

Inovação é tudo o que é novo. Claro que inovação tecnológica é importante quando se trata de empreendimentos industriais. Mas inovar não significa inventar um novo iPod por ano. Inovar significa renovar seu negócio nas várias facetas que um negócio possui: seu modelo de gestão, sua cultura, os processos de trabalho, a organização, a comunicação, o marketing, a comercialização… e também os produtos e o processo produtivo.

brigadeirosÉ muito fácil dar exemplos prosaicos de como a inovação trouxe sucesso. Poucos anos atrás, o brigadeiro era um docinho de festa infantil feito pela vovó com leite condensado e chocolate granulado comprado no mercado. Mas pessoas inovadoras transformaram o brigadeiro em um produto gourmet. Estas pessoas reinventaram o produto adicionando novos ingredientes, mudaram embalagem, a apresentação, o formato de loja onde ele é vendido, a comunicação, a experiência de consumi-lo …. enfim, inovaram.

Outro exemplo é o próprio negócio de consultoria. Os clientes hoje não querem mais receber relatórios bonitos dizendo o que deve ser feito. Eles querem os consultores fazendo o que deve ser feito a 4 mãos com seus executivos, ou até mesmo prestando serviços em regime contínuo. Não foram os clientes que pediram isso. Foram algumas empresas de consultoria que perceberam que isso seria bem aceito pelo mercado. Ousaram, arriscaram, inovaram e estabeleceram um novo modelo para esta atividade.

phoca_thumb_l_dsc08407Mais um exemplo: as baladas estão se tornando repetitivas. Os jovens querem coisas novas, diferentes, alternativas. Um sujeito comprou um grande ônibus de turismo, desses enormes. Reformou os espaços internos e criou uma pequena boate móvel. O ônibus circula pela noite enquanto os convidados se divertem com música e bebida a bordo. É um passeio seguro, de pouco mais de 2 horas, pago a peso de ouro pelos interessados. A empresa tem fila na porta. Eles inovaram

No mundo todo, inovação é algo estimulado e financiado. No Brasil, a inovação é reduzida a tecnologia. Como o Brasil pouco cria em matéria de tecnologia, fica sempre a sensação de que somos pouco inovadores. Na verdade, é exatamente o inverso. Muito do que o brasileiro denomina de jeitinho é nada mais, nada menos, que pura inovação. O sujeito alugou uma van, abriu uma porta lateral e está vendendo churrasquinho no ponto de ônibus? Parabéns. Ele é um grande inovador.

A-importancia-de-inovarA cultura e a burocracia brasileiras preferem ignorar esse fato auspicioso. Ou melhor, tem a visão distorcida que todo esse imenso conjunto de novas opções são alternativas desesperadas de pessoas que não encontram emprego, não tem qualificação para um cargo formal ou, no extremo oposto, tem dinheiro pra jogar fora.

Mas visto da maneira correta, tanto a empresária que reinventou o brigadeiro quando o cidadão que criou o churrasquinho-de-gato express deveriam ser valorizados, estimulados, financiados e culturalmente suportados pela sociedade e pelo governo. Porque é da soma dessas pequenas iniciativas que vem o progresso. É dele que surge a cultura de se investir em coisas novas. E é dessa cultura que vem a propensão a se arriscar em coisas maiores, na grandes inovações tecnológicas, nas grandes ideias de risco

inovacao2Nós temos de parar de enxergar as pequenas criações do dia-a-dia como algo sem valor e sem perspectiva. É o oposto. Que mais e mais pessoas surjam com ideias novas. Que mais e mais investidores apostem nessas pessoas. Que a sociedade valorize cada vez mais os seres criativos. E que o governo pare de despejar a montanha de custos burocráticos em cima de todos nós. Mais inovação e menos custo Brasil. É o que precisamos

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados

Os cocheiros da Luz e a Nova Economia

Os cocheiros da Luz e a Nova Economia

Por volta de 1910, os passageiros que desembarcavam na Estação da Luz, em São Paulo, podiam se servir de tílburis de aluguel tracionados por cavalos, que ficavam estacionados defronte à estação ferroviária. Em 1911, aproveitando o surgimento dos automóveis, Frederico Zanardi criou a Companhia Nacional de Auto-Transporte e obteve licença para estacionar seus veículos no local, em concorrência com os cocheiros. Obviamente os “chauffers” da empresa não foram bem recebidos.

Na noite de 24 de agosto de 1911, o cocheiro Antonio de Luca começou um bate-boca com um funcionário da companhia chamado Francisco da Cunha. No meio da discussão, Luca puxou um revólver e disparou contra o peito de Francisco, que foi internado na Santa Casa de Misericórdia e sobreviveu.

Há cem anos os cocheiros brigavam com os taxistas que lhes faziam concorrência mas os congressistas, em sessão no Rio de Janeiro, tinham coisas mais importantes para pensar. O país impunha a lei da vacinação obrigatória, em esforço concentrado para melhorar a saúde pública. O Rio de Janeiro passava por um intenso período de reurbanização, com eliminação de cortiços e implantação de largas avenidas, gerando grande revolta popular. As despesas públicas estavam crescendo rapidamente e já representavam 10% do PIB, criando apreensão quanto ao futuro do país. E a taxa de criminalidade atingiu níveis preocupantes: dos 2.833 condenados, 90% haviam cometido assassinato. Dessa forma, os Congressistas não viram grandes problemas na nova economia e preferiram deixar os próprios passageiros decidirem, em todo o país, pelo serviço de transporte que quisessem.

O início do século 20 assistiu a uma revolução provocada pelo surgimento de novas tecnologias: aviação, automóveis, eletricidade, o cinema, linha de produção, eletrodomésticos (como aspirador de pó e torradeira de pão), ar condicionado e o rádio. O início do século 21 assiste a uma revolução semelhante, batizada de “Nova Economia”, que também se expressa sob inúmeras formas e afeta todos os aspectos da vida:  economia de compartilhamento (Uber, Airbnb), sustentabilidade, moedas virtuais e a desintermediação financeira (bitcoin, Litecoin, Peercoin e outras), a desassociação entre a remuneração, o emprego e o trabalho (salário garantido), locação de ativos ao invés de aquisição de ativos (com enorme desapego em relação à propriedade), o escambo de mercadorias ao invés de compra e venda, economia circular, energia verde, financiamento fragmentado e pouco estruturado (crowd funding), auto-emprego (terceirização completa de mão de obra) e por ai vai.

O ano de 2021 é bem diferente do ano de 1911. Como todos nós sabemos, o país não tem mais problemas de saneamento básico, saúde pública, moradia, crescimento econômico, endividamento público e criminalidade. Com todos esses problemas fundamentais já resolvidos, os parlamentares de hoje podem se dedicar à tarefa de atrapalhar o máximo que podem a Nova Economia, com sua carga infindável de regras, regulamentos, leis, ordenamentos, impostos e tudo mais. Obviamente, a vida econômica continuará evoluindo e muitas das profissões e empresas atuais desaparecerão e novas surgirão, do mesmo modo que cocheiros, parteiras e acendedores de lampião se tornaram desnecessários cem anos atrás. É inevitável. Então porque motivo custosos parlamentares e sindicatos se empenham tanto em eliminar as empresas da nova economia, como o Uber?

Porque a Nova Economia cria um imenso desafio sobre as estruturas de poder estabelecidas. Para que sindicatos são necessários se as pessoas se auto-empregam, gozam de salário garantido ou prestam serviços através de ativos compartilhados? Não haverá mais tanta disputa entre capital e trabalho a ser intermediada pelos sindicatos. A indústria automobilística tradicional desaparecerá já que as pessoas, em um futuro próximo, entrarão na concessionária para alugar carros por um ano e não mais compra-los. Isso reduzirá muito o consumo de novos automóveis e o recolhimento fiscal a ele associado. As relações trabalhistas mudarão completamente, reduzindo a necessidade da dispendiosa justiça trabalhista, com seu séquito de advogados e contadores. Cidades auto-suficientes, operando em mercados de trocas ou economia circular, estarão menos sujeitas ao poder central, reduzindo a capacidade da burocracia brasiliense de tributar ou regulamentar o que um cidadão compra no mercado da esquina. As economias dependerão bem menos dos grandes bancos comerciais e suas imorais taxas de juros (notoriamente no caso brasileiro)

O esforço feito nos anos recentes em “regulamentar” o Uber e o Airbnb (palavra da moda para descrever o esforço em forçar o novo a se igualar ao anacrônico e ineficiente modelo que está sendo substituído) não irá mudar o futuro mas certamente atrasará o país. Os custos de hospedagem e transporte providos pelas novas empresas já aumentaram, e bastante, em comparação ao que eram no início. Relfexo da nossa miopia pública. O Brasil precisa urgentemente mudar duas mentalidades: a da sociedade em geral, amplamente refratária à novidades, riscos e oceanos azuis; e a do governo e funcionários públicos, amplamente favoráveis a manter seus próprios poderes e privilégios

O Brasil não impedirá a emergência da Nova Economia. A questão é saber se o Brasil permitirá que a Nova Economia nos traga para o século 21 ou se chegaremos à revolução do início do século 22 vivendo como o eterno país de terceiro mundo que baba por tudo o que acontece no exterior. E, obviamente, com nossos felizes, ricos e tradicionais parlamentares declarando na midia que essas novidades são “boas mais num serve pra nóis que é pobre e precisa gerar emprego po povo”.

Crédito: a história sobre o conflito entre cocheiros e motoristas de taxi foi extraida do blog São Paulo Passado, de Edison Loureiro (https://saopaulopassado.wordpress.com/2017/04/08/ha-cem-anos-os-taxistas-brigavam-com-os-cocheiros/)

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados

Um novo modelo de consultoria

Um novo modelo de consultoria

Consultoria tem sido a minha vida há mais de 40 anos. Já prestei serviços no Brasil, alguns países da América Latina, EUA e África. Tive a oportunidade de atender dezenas de clientes europeus e asiáticos. Fui funcionário de multinacional, mantenho meu próprio escritório há 28 anos e hoje estamos fortemente orientados a ajudar as empresas a implantar políticas ESG.

Empresas chamam consultores por diversas razões: opinião independente, resolver problemas excessivamente complexos, investigar o estado da arte, selecionar a melhor solução técnica, desenhar programas de mudança cultural, reestruturar a empresa, etc. Essas necessidades sempre existiram e continuarão a existir. Então porque as grandes consultorias tem sido  criticadas?

Há anos eu percebo que toda consultoria aplica apenas a solução que ela tem (a chamada “metodologia”) e muitas vezes o problema do cliente não é resolvido. Consultorias despendem muito tempo e energia desenvolvendo novas metodologias a partir do que elas entendem sejam as necessidades futuras do mercado. Qual mercado? o eixo norte: Europa – EUA. Os mesmos métodos são utilizados nos demais mercados na suposição que sejam igualmente adequados. Em minha opinião, não são.

8840141-CULTURE-Magnifying-glass-over-background-with-different-association-terms-Vector-illustration--Stock-VectorAspectos como o background cultural de cada país, suas relações sociais, os hábitos e costumes, a estrutura de poder na empresa ou até mesmo a forma como cada problema se manifesta muda substancialmente de um lugar para outro. No início dos anos 90 eu fiz um mestrado internacional em Boston. Minha classe tinha 66 pessoas vindas de 25 países. O método era case discussion. Era impressionante as visões completamente diferentes que cada aluno tinha do mesmo problema. Lembro de um caso onde para mim o problema era de processo. Um americano entendia que era uma falha nas regras de governança. Um nigeriano dizia que “obviamente” era falta de informação. E os orientais afirmavam convictamente que faltava um chefe que ditasse o que tinha de ser feito. Traga isso para a vida real e uma consultoria estaria tentando resolver o tal problema usando a mesma metodologia no mundo todo, independentemente de como a sociedade local o avalia.

jeitinho_brasileiroA América Latina tem traços culturais próprios. Somos sociedades tolerantes com a mentira o que faz com que desconfiemos das promessas. O latino não acredita no poder público e nem na justiça fazendo com as relações pessoais de confiança se sobreponham ao currículo profissional. A indisciplina e o desrespeito generalizado às regras são uma constante em nossa cultura, fazendo com que o improviso e as soluções paliativas se tornem parte do dia a dia. Brasileiros são interpretativos ao invés de literais. As regras não são aceitas da forma como estão escritas e sim entendidas de acordo com o código próprio de cada pessoa. Esse é o contexto que explica porque as metodologias consultivas estrangeiras, criadas para outro ambiente cultural e empresarial, tem sucesso limitado no nosso mundo corporativo

networkingTemos uma filosofia de trabalho que respeita bastante a sociologia, a psicologia e a cultura brasileira. O foco das nossas atividades é o ser humano. O componente técnico obviamente não é desprezado mas há o reconhecimento de que competência técnica é mais fácil de se obter do que a capacidade de se gerenciar um universo humano cada vez mais multifacetado, díspar e específico de cada empresa. Um aspecto a se ressaltar é a interessante percepção de que não se ensina gestão a líderes. Você os municia com boa e abundante informação, provê network de alto nível e cria a oportunidade dele expandir a rede de relacionamentos relevante para si e sua empresa. O restante o líder faz sozinho.

Em suma, ao invés do consultor provedor de soluções gerenciais, temos as pessoas no centro dos holofotes e o consultor provendo condições para que elas resolvam seus próprios problemas, com um aporte apenas suplementar de recomendações e soluções técnicas.

A se julgar pelos resultados e grau de satisfação dos nossos clientes, estamos no caminho certo.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados

Bairrismo conta nos negócios?

Bairrismo conta nos negócios?

Bairrismo conta nos negócios? A pergunta pode parecer sem sentido mas a resposta é ainda mais surpreendente: conta, sim !!!

Este é um problema menos afeito ao empresário e mais ao investidor. Empresários não se preocupam muito com fronteiras. Eles se adaptam, ajustam suas empresas à cultura e linguajar locais, procuram respeitar as diferenças e as coisas caminham.

Mas do ponto de vista do investidor de risco, as coisas tem outras cores. Há três elementos que afetam a decisão do investidor em apoiar ou não uma empresa de médio porte – tipicamente familiar – em regiões outras que não onde o fundo esteja sediado

rotasaereasUma dessas razões é geográfica. O sujeito sentado em sua poltrona em São Paulo se pergunta como ele fará para estar presente semanalmente no escritório do investido para poder acompanhar melhor seu investimento. O sujeito se preocupa com tempo de deslocamento, problemas com aeroportos congestionados, ter de ficar 2 dias fora (o Brasil é um país muito grande) para trabalhar efetivamente um dia, etc. Pode parecer uma preocupação simplória mas se o investidor paulista tem, digamos, 3 empresas investidas, uma em Porto Alegre, outra em Salvador e outra em Manaus, haverá grande dificuldade logística em monitorar de perto a gestão dos negócio (tudo bem, dá pra fazer usando recursos digitais, mas não é a mesma coisa)

integraçãoA segunda razão é a desconfiança que o investidor tem das técnicas de gestão do investido. Daí a necessidade de acompanhar os negócios de perto. E daí as dúvidas em se colocar dinheiro em negócios longe de casa. Qualquer pessoa com um pouco de experiência de vida sabe que pilotar empresas remotamente, com base em relatórios gerenciais, embute um risco apreciável de problemas importantes surgirem apenas quando eles já se tornaram críticos e de difícil solução.

comunicaçãoA última razão é de ordem puramente cultural. Investidores paulistas estão habituados ao “jeito de pensar” do empresário paulista, que é diferente do empresário mineiro, do carioca, do paranaense, do pernambucano… O mesmo vale para investidores de outros lugares. Estar a vontade com padrões culturais e comportamentais permite antecipar reações e construir confiança. Quanto mais distante alguém está da zona de conforto, maior a necessidade de estar presente fisicamente na empresa investida e aí voltamos ao ponto 1.

Não se está aqui a criticar o comportamento de investidores da região A ou B. Estamos apenas destacando que fatores como os apresentados existem na vida real, impactam as decisões de investimento e atrapalham a vida de empresas que estão distantes dos centros financeiros do pais, por melhores que sejam suas perspectivas de crescimento.

?????????????????????????????????????????????????????????????????????Existem soluções para isso? Claro. O surgimento e expansão de fundos de investimento espalhados por todo o país, principalmente no sul e no nordeste, é uma resposta a esse problema. Investidores que abrem escritórios regionais para identificar, observar e cuidar de perto de potenciais negócios é outra resposta

O futuro da economia brasileira repousa nos capitais de risco privados, por mais que existam dificuldades de curto prazo na realização do potencial econômico do Brasil. Sair dos grandes centros e apostar nas fronteiras econômicas é uma decisão de bom senso.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados