Índice de Atratividade Global da Ambrosetti

Índice de Atratividade Global da Ambrosetti

Em um mundo cada vez mais globalizado, a concorrência entre as nações se expandiu e a “qualidade” de uma região passou a ser um fator chave a afetar decisões de investimentos, localização de empresas e fluxo de mão de obra. Devido à sua crescente visibilidade e difusão na mídia, os rankings internacionais de atratividade ganharam enorme importância no apoio às decisões estratégicas das empresas, na formulação de políticas públicas e na percepção internacional sobre cada país.

A maioria dos países reconhece a importância da atratividade do país para alavancar seu crescimento e implementa estratégias para melhorar seus Indicadores Chave de Desempenho e sua posição nos rankings internacionais. Entretanto, muitos desses rankings apresentam problemas metodológicos importantes como uso excessivo de pesquisas qualitativas, critérios subjetivos e utilização de dados não padronizados entre os vários países. Além disso, eles frequentemente desconsideram aspectos essenciais como as competências, infraestrutura, segurança e estabilidade da população

A Ambrosetti criou seu Global Attractiveness Index com o propósito de disponibilizar um indicador confiável da atratividade dos países para a comunidade empresarial mundial e para os formuladores de políticas nacionais. Os 50 Indicadores Chave de Desempenho utilizados se organizam em 3 índices intermediários:

  • Índice de Posicionamento (PI) que mede a atratividade de um País em relação a outros e é avaliado com base em quatro atributos: abertura da economia, inovação, eficiência e recursos
  • Índice de Dinâmica (DI) e Índice de Sustentabilidade (SI) medindo, respectivamente, a mudança de curto prazo do nível de atratividade (últimos 3 anos) e a sustentabilidade real da posição do país

Os resultados para 2016 posicionam o Brasil na posição 24 de um total de 144 países. O país mais atrativo do mundo estabeleceu o referencial a partir do qual todos os demais foram classificados. Como os EUA obtiveram a maior pontuação, seu índice tornou-se igual a 100. Quatro outros países possuem pontuação semelhante e se configuram como o Bloco 1: os países mais atrativos do mundo para investimentos, se morar, estudar e viver: Alemanha, Japão, Canadá e Cingapura. Todos estes países têm pontuação entre 98 e 100

Países com pontuação entre 80 e 98 formam um segundo bloco de nações atrativas. Estão nele Reino Unido, Austrália, Holanda, Coréia do Sul, China, Suíça, França e Hong Kong

O Brasil faz parte do terceiro bloco, nações com pontuação entre 64 e 73. Estão neste bloco a Itália, Áustria, Dinamarca, Rússia, Suécia, Espanha, Irlanda, Noruega, Luxemburgo, Bélgica, Brasil e Finlândia. Nosso “score” foi de exatos 64,2 pontos. Não é uma pontuação maravilhosa mas também não pode ser considerada ruim, principalmente quando se constata que estamos no mesmo grupo de nações europeias desenvolvidas e bem longe de países com os quais normalmente somos comparados: México com 56 pontos, Índia com 55, Chile com 47, Colômbia com 32 e Argentina com 31 pontos ficaram muito distante de nós

O Brasil obtém pontuação alta em alguns dos Indicadores como produto interno bruto, expectativa de vida, usuários de internet, recursos naturais, taxa de suicídio e pessoas afetadas por desastres naturais. Em compensação, apresenta desempenho medíocre em fluxo turístico, quantidade de imigrantes e estudantes estrangeiros, produtividade da economia, carga tributária, índice de estado de direito (que mede, dentre outras coisas, a corrupção), e o índice global da paz (que mede a violência urbana, dentre outros fatores)

A análise cuidadosa revela que o Brasil, ao contrário do resto do mundo, não gerencia sua imagem e sua atratividade internacional. Somos essencialmente insulares, preocupados apenas conosco e fechados ao convívio com o resto do planeta. Pelo nosso gigantismo geográfico, distância física em relação à Europa, EUA e Ásia, tamanho da população e, principalmente, tamanho dos nossos problemas, o Brasil vive em torno de si mesmo. Faria muito bem à nossa economia e ao nosso amadurecimento como nação estar mais integrado ao mundo, absorvendo experiências e aprendendo mais rapidamente.

O Global Attractiveness Index, da Ambrosetti, pode ser utilizado como uma ferramenta que ajude nosso país a definir políticas que aumentem nossa atratividade, alavancando o crescimento econômico, estimulando a modernização do país e, acima de tudo, melhorando as condições de vida de 206 milhões de brasileiros.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados. A The European House – Ambrosetti é a quarta mais importante Think Tank Europeu (www.ambrosetti.eu)

Ingenuidade e Diversidade: sobrevivendo no novo ecossistema

Ingenuidade e Diversidade: sobrevivendo no novo ecossistema

O texto a seguir é um resumo da apresentação de Toby Peyton-Jones no Webnar do Ambrosetti Live. Peyton-Jones é Comissário da Comissão de Emprego e Competências do Reino Unido e Diretor de RH da Siemens Reino Unido e Países Atribuídos

A era digital tem nos feito sentir desconfortáveis ​​com a velocidade e complexidade das mudanças: o futuro próximo parece cada vez mais imprevisível, com disrupções alimentadas pela conectividade global, e com máquinas que não apenas realizam funções mas agora têm o poder de aprender .

As megatendências nos apontam o tipo de mudanças que veremos acontecer no mercado de trabalho: uma força de trabalho multigeracional e envelhecida, e tecnologia cada vez mais inteligente substituindo os profissionais de colarinho branco, gerando uma sociedade de vencedores e perdedores. Enquanto isso, o trabalho virtual “em qualquer lugar, a qualquer hora e de qualquer maneira” exigirá um novo relacionamento entre empregador e empregado.

É útil entender quais megatendências oferecem oportunidades ou trazem ameaças aos negócios. Peyton-Jones compartilhou como a Siemens está posicionando seu portfólio de negócios para se alinhar com as megatendências e investir em habilidades que apoiarão a inovação nessas áreas.

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Mas entender as tendências não resolve nosso problema. A questão é: como podemos nos preparar para um mundo de crescente volatilidade, com descontinuidades como a mudança do físico para o virtual e da máquina programada para a máquina que aprende mais rápido do que qualquer humano? Em tal mundo, a capacidade de adaptação/aprendizado e a capacidade de trabalhar com complexidade e ambiguidade tornam-se centrais.

…Então, o que pode ser feito?

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Como zoólogo e líder de negócios, Toby Peyton-Jones também explicou que “a diversidade é um determinante da sobrevivência”.

“Um pool genético homogêneo é uma bomba-relógio que leva a espécie à extinção assim que o ambiente muda. Não é diferente no mundo corporativo e já vimos isso acontecer com muitas empresas. Além disso, embora possamos entender intelectualmente que a diversidade é importante para a sobrevivência em um mundo em mudança, estamos programados para desconfiar daqueles que pensam, agem e se comportam de forma diferente”

Esta visão embasa o cenário para o tipo de habilidades que nossos futuros líderes e funcionários.precisarão desenvolver

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Embora as habilidades técnicas sejam importantes, a robótica e a inteligência artificial tomarão o lugar de especialistas em disciplinas tão amplas quanto finanças e medicina. Neste mundo, é o know-how interdisciplinar que permanecerá em demanda, o que Peyton-Jones chamou de meta habilidades.

Uma combinação de, por exemplo: habilidades comerciais, know-how técnico, habilidades de projeto, habilidades de TI e know-how de mercado formam uma rede de meta-capacidades que será difícil de ser replicado por uma máquina.

Na Siemens, é valorizada a engenhosidade: embora as habilidades técnicas possam ficar desatualizadas rapidamente, a meta-capacidade permanecerá. Entretanto, ainda não há um programa de treinamento único e completo para meta-habilidades, embora se saiba que esta será uma necessidade futura.

Ao mesmo tempo, o velho arquétipo do “líder visionário”, cuja grande força são a confiança e convicções inabaláveis, pode se tornar um passivo em um futuro complexo e volátil. Nossos novos líderes e organizações serão mais orquestradores, onde as habilidades de capacitação, cocriação e escuta se tornarão muito mais proeminentes.

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Formalmente, ainda temos contratos com horário de trabalho das 9 às 5hs, para trabalhar em um local específico, embora as pessoas possam trabalhar em qualquer lugar e a qualquer hora. Temos organogramas, descrições de funções e metas que refletem cada vez menos o que as pessoas estão realmente fazendo no dia a dia. Nossos relatórios gerenciais nos ajudam cada vez menos a conduzir uma empresa onde os ativos são cada vez mais virtuais.

Este novo mundo já existe mas o antigo pool genético de pensamento está nos mantendo em negação. Para lidar com o que vem pela frente precisamos de uma cultura que valorize a diversidade de pensar e ser e de Líderes que saibam se conectar e co-criar um futuro.

Além disso, precisamos de um ecossistema educacional que combine aprendizado e ganhos com o desenvolvimento de meta-habilidades interdisciplinares para apoiar o emprego em um mundo onde a inteligência artificial assumirá o papel do especialista.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados. Este texto é parte da apresentação feita por Toby Peyton-Jones, Comissário da Comissão de Emprego e Competências do Reino Unido e Diretor de RH da Siemens Reino Unido, em evento da The European House – Ambrosetti (www.ambrosetti.eu)

Que capitalismo ainda nos resta?

Que capitalismo ainda nos resta?

Por Fabio Nogueira

A teoria econômica nos ensina que o crescimento econômico depende de concentração de capital. Essa concentração pode ocorrer por 3 mecanismos diferentes:

robberbarons1(1) Pela ação do próprio empresariado, como aconteceu nos Estados Unidos na segunda metade do século 19. Os “robber baron” ficaram conhecidos por dominar seus segmentos de mercado às custas de práticas bastante controversas. Embora hoje em dia isso seja raro, em setores embrionários esse fenômeno ainda é visível. Basta lembrar o que ocorreu com a indústria de sistemas operacionais e aplicativos para desktop nos anos 80, que se concentrou praticamente todo na Microsoft apesar das várias ações anti-monopólio movidas contra a empresa.

(2) No capitakorean-companieslismo dirigido, onde o governo utiliza uma combinação de ferramentas tributárias, financeiras, legais, regulatórias e alfandegárias para estimular o surgimento e consolidação de grandes conglomerados industriais, capazes de investir fortemente em tecnologia e produzirem a baixo custo em função da larga escala. A Coréia do Sul utilizou esse método com muito sucesso a partir dos anos 60, com seus Chaebols. O mesmo método foi utilizado nos governos Lula, com seu projeto de campeãs nacionais.

 

(3) Com a criação de grestataisandes empresas estatais, não raro monopolistas. Foi o modelo aplicado pelo regime militar. O prof. Delfim Netto, artífice desse modelo na época, repetia sempre que era preciso primeiro fazer o bolo crescer e depois dividi-lo, justificando a falta de políticas de distribuição de renda e promoção da igualdade social. O regime militar, a bem da verdade, também estimulou o surgimento de grandes conglomerados nacionais mas poucos deles sobreviveram ao teste do tempo

A partir de 2016 o Brasil começou uma guinada rumo ao conservadorismo político, o que geralmente conduz ao fortalecimento do livre mercado. Houve relativamente pouco progresso nesses 6 anos. As reformas foram tímidas, a privatização também, o PIB praticamente não cresceu. Teremos eleições federais em outubro. A maioria dos analistas concorda que nenhum dos candidatos mais bem posicionados nas pesquisas deixará de avançar por uma agenda que estimule a atividade econômica. Considerando o histórico dos últimos 20 anos, é licito perguntar: qual capitalismo é viável e/ou necessário para o país retomar sua rota de crescimento?

  • o capitalismo selvagem do velho oeste americano é impensável.
  • a economia dirigida encontra-se desacreditada em função dos escândalos de corrupção, enriquecimento ilícito e esgotamento da capacidade de investimento do estado, embora tenha dado muito certo em todo o Oriente (sendo a China o exemplo mais recente)
  • o modelo de estatização da economia provou-se útil em um primeiro momento e um entrave à eficiência do país no momento seguinte. Estatais facilmente tornam-se cabides de emprego, frequentemente tomam decisões baseadas não em lógica econômica mas em interesses políticos, permitem o surgimento de um corporativismo excessivo por parte de seu corpo funcional, são pouco ágeis, não prestam contas a ninguém, não seguem diretrizes de prazo maior do que o mandato do governante de plantão, são ineficientes, geram pouco lucro, recolhem pouco imposto, prejudicam o cidadão e impedem a competição

Ao Brasil não basta escolher um modelo de crescimento econômico. É preciso também equacionar o problema da falta de investimentos e cultura de inovação, eliminar o excesso de burocracia, estimular vigorosamente a reindustrialização do país e combater a mentalidade vigente em parte da sociedade de que o empresário é um predador. Tudo isso deve ser debatido dentro de uma visão de longo prazo, 30 anos ou mais, prazo mínimo necessário para que um país de industrialização tardia como o nosso possa almejar ingressar no rol das nações econômica e socialmente desenvolvidas

As eleições de outubro colocarão frente a frente dois candidatos que são apresentados à nação como estando no extremo de polos ideológicos opostos. Na realidade, não importa quem ganhe, há muito pouco espaço de manobra e a receita para recuperar o país passa por vender algumas estatais (e há centenas delas, embora certamente um candidato mais à esquerda tenha dificuldades em vender as mais valiosas), estimular o investimento direto estrangeiro, manter a inflação sob controle (o que pressupõe um limite de gastos públicos, já que o endividamento federal continua muito alto), manter a agricultura exportando o máximo possível, restringir despesas com serviço da dívida, controlar as despesas com aposentadoria e incutir otimismo na sociedade.

A eleição será muito disputada, com metade do país confiando em um candidato e desconfiando fortemente de outro. Independente dos resultados da eleição, é quase impossível imaginar um governo de consenso, com toda a nação unificada em torno de um lider. O que é uma pena

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados

Exportar é preciso

Exportar é preciso

Durante décadas vigorou no Brasil a noção de que o mercado potencial interno era tão vasto que não havia qualquer necessidade das empresas nacionais se esforçarem para exportar. Tudo era usado como argumento contra o esforço exportador: custo para se desenhar embalagens novas, lotes mínimos solicitados pelos importadores, suporte de marketing, esforço para compreender outros hábitos de consumo, adaptação dos produtos a outras legislações e até a necessidade de se falar fluentemente outros idiomas, em especial o inglês. Essa visão insular não mais resiste à realidade

economic-cycle-ups-downs-49091229Nos últimos 30 anos nós vivemos numa gangorra, alternando períodos de larga prosperidade por outros de forte crise. No capitalismo existe um ciclo estrutural de mais ou menos 25 a 30 anos de prosperidade que finda em uma crise qualquer, que provoca a reestruturação dos mercados e das finanças e dá origem a um novo longo ciclo de expansão. No Brasil a gente vive ciclos expansionistas de não mais do 5 a 7 anos

NA-BB340_TYPHOO_F_20091020153927Tanta instabilidade traz um fardo pesado para as empresas. Além de precisarem conviver com burocracia exacerbada, impostos altíssimos, baixa qualidade de mão de obra, infraestrutura deteriorada e modificações constantes nas regulamentações, as empresas precisam também sobreviver a esses fortes altos e baixos econômicos. Isso as motivou a desenvolver uma técnica de gestão para a sobrevivência, onde o caixa e a liquidez são o foco principal, e não o negócio. Consequências: (1) pouca atenção à inovação, já que ela consome tempo para ser desenvolvida e arrisca não dar certo (2) baixo investimento na produção. Para que agregar capacidade instalada se daqui a alguns anos ela ficará ociosa? (3) ou, se for realmente necessário agregar capacidade, o produto precisará oferecer uma margem de lucro muito alta já o investimento tem de se pagar em pouco tempo. Resultado: produtos muito caros. (4) market-share é importante mas margem é mais ainda. Isso leva a esforços de organização de mercado (um eufemismo para cartelização), sempre que possível. (5) o planejamento estratégico se reduziu a adivinhar quando a próxima crise chegará e a se preparar para ela.

Isso tudo traz à discussão a questão da exportação. Está mais do que claro que exportar é uma necessidade vital para a empresa reduzir o risco associado ao mercado interno. Mercados maduros tem demandas mais estáveis, com dinâmicas previsíveis. Alocar uma parcela significativa dos negócios no exterior ajuda a minimizar os solavancos impostos pela economia brasileira vive e equilibrar a empresa.

O exemplo da Itália é eloquente. As exportações representam 24,4% do PIB. No Brasil esse índice é exatamente a metade: 12,5%. A Italia exporta produtos e serviços de engenharia, tecidos, calçados, roupas, automóveis, máquinas de produção, produtos químicos, alimentos processados, azeite, vinho, turismo e serviços diversos, incluindo design

exportacao1Comparado com outros países desenvolvidos, a Itália tem um número relativamente pequeno de grandes multinacionais. Entretanto, uma parte substancial das suas exportações provém de empresas de médio e pequeno porte, notadamente as familiares. Como não há condições de se competir diretamente com as economias emergentes da Asia em função da escala de produção, a Italia especializou suas exportações em mercados de nicho, produtos de alta qualidade, valor agregado e/ou de luxo.

exportacao-direta-01O Brasil, que tem uma economia praticamente do mesmo tamanho da italiana e também se estrutura fortemente sobre empresas de médio porte, pode perseguir a mesma trilha. Não dá pra mais pra emular o modelo asiático. Esse bonde já perdemos. Também não dá pra emular a economia de inovação dos norte-americanos. O capital necessário para isso é gigantesco. Mas há um espaço intermediário hoje ocupado por economias de porte semelhante à nossa, como a espanhola, a francesa e a italiana. É onde podemos nos posicionar e tirar proveito de algo que sempre menosprezamos: a marca Brasil. O Brasil é associado, no imaginário popular do planeta, à alegria, emoção, improviso, originalidade, juventude, agitação, liberdade, ousadia, calor, capacidade de resolver problemas de última hora, otimismo incorrigível. Todos esses atributos podem ser explorados por empresas de todos os portes. Há uma grande quantidade de produtos e serviços que o país tem plenas condições de exportar suportado pelo brand Brasil. Brasil é uma marca apreciada e ela é muito mal explorada. Exportar não é mais opção, é necessidade que precisa fazer parte da agenda de todo empresário e CEO.

A Ambrosetti tem mais de meio século de experiência auxiliando empresas do mundo inteiro a construir marcas internacionais e expandir seus mercados além fronteira. Fale conosco. Nossos 21 escritórios, nos 5 continentes, tem muito a contribuir com sua empresa

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados

Uma década andando de lado

Uma década andando de lado

A duras, muito duras penas o nosso país vem tentando se manter como uma democracia de verdade. Um dos pilares da democracia recai na alternância de poder, no sentido de haver propostas substancialmente diferentes de gestão pública sucedendo-se ou, no mínimo, se apresentando recorrentemente ao escrutínio público.

71754-3Nas últimas décadas, o Brasil viveu a transitoriedade do governo Sarney (limitado em sua ação pela Constituinte e em lutar contra a hiperinflação), a abertura da economia ao mundo do governo Collor, a interinidade de Itamar (focado no plebiscito para escolha do regime de governo e o Plano Real), a gestão conservadora de FHC (privatizações, controle orçamentário, controle inflacionário, redução do custo do Estado), os governos intervencionistas de Lula e Dilma (com foco nas questões sociais, na criação dos chaebols brasileiros, extensa regulamentação da atividade produtiva e pouca preocupação na estabilidade macroeconômica), o governo interino de Temer (tentando estabelecer algum controle de gastos) e o governo Bolsonaro (que foi eleito a partir de uma proposta privatista e de redesenho do estado e da estrutura fiscal mas pouco fez nesse sentido). Em suma, foram quase 40 anos onde a sociedade brasileira pode experimentar um pouco de tudo.

Basicamente, governos conservadores tendem a se preocupar com a estabilidade econômica, na redução da intervenção do governo na vida empresarial e no estímulo ao empreendedorismo, enquanto governos de esquerda (liberais, trabalhistas ou socialistas) dão foco nas políticas sociais, no intervencionismo econômico, regulamentação e aumento de tributos. O resultado é que governos conservadores acabam criando uma imagem antipática junto à população enquanto governos liberais acabam invariavelmente provocando uma crise econômica.

investimento-estrangeiroEm países desenvolvidos, as diferenças entre ambas as propostas de governo não são muito acentuadas e a alternância no poder tem impacto relativamente modesto no cotidiano das pessoas e na vida do país. No Brasil, (e no restante da América Latina), as posturas políticas são muito radicais e qualquer política inovadora gera um impacto desproporcionalmente grande. Um programa de alimentação como o bolsa família, que em países desenvolvidos tem impacto modesto na demanda, no Brasil alavanca 2 ou 3 pontos percentuais de crescimento do PIB. Em contrapartida, a não observância da Lei de Responsabilidade Fiscal leva o país do equilíbrio orçamentário a um déficit público gigantesco em questão de poucos anos, trazendo a depressão econômica e comprometendo anos de crescimento futuro.

Se o Brasil continuar exercitando a democracia, a tendência é que governos conservadores e de esquerda se alternem a cada 10 ou 12 anos, porém com diferenças de postura cada vez menores. A curto prazo, nós suspiraremos com uma nova medida de impacto a cada manhã. A médio prazo, ajustes profundos precisarão ser feitos:

  • Um extenso programa de privatizações a ser implantado a toque de caixa, provavelmente não pelo melhor modelo mas sim pelo mais rápido de ser executado
  • Privatizações permitem a redução do tamanho do estado, com todas as consequências benéficas que isso traz em uso de espaço, consumo de recursos, benefícios concedidos e previdência social
  • Aumento seletivo de impostos: dificilmente veremos um redesenho da estrutura fiscal do país com transferência da carga fiscal hoje centrada na produção e consumo para o lucro e a renda
  • Manutenção dos programas sociais mais significativos
  • Algum privilégio a programas que servem tanto para estimular a economia quanto para reduzir a pressão popular, como o de habitação popular
  • Manutenção e aprofundamento da flexibilização do máximo possível das leis trabalhistas, às custas de muita briga com os sindicatos, organizações e partidos de esquerda.
  • Taxas de juros reais positivas, atraindo capital financeiro internacional
  • Câmbio livre e com valorização do real, o que ajuda no controle da inflação e vem a reboque da atração de capital estrangeiro
  • Controle da moeda e da inflação, que vem atingindo níveis alarmantes
  • Alguma renegociação criativa da dívida pública federal, cujo serviço consome mais de 50% da arrecadação fiscal, o que compromete significativamente a capacidade de investimento do estado.
  • Aumento continuado nas exportações de commodities. Com a continua desindustrialização do país, o Brasil vem importando cada vez mais produtos de consumo. Temos conseguido manter saldo positivo mas nosso superavit comercial vem caindo continuamente há 5 anos. Se a economia reativar, o consumo de produtos importados aumentará imediatamente, o que poderá inverter o saldo da balança comercial

É muita coisa para ser feita em pouco tempo, agravada pelo fato da economia ser hoje quase 3% menor do que era em 2015. O governo atual, em que pese o problema da pandemia e da desestruturação das cadeias produtivas mundiais, poderia ter avançado mais em alguns dos pontos dessa agenda de reformas. Não o fez e a responsabilidade passará para o governo a ser eleito em 2022.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados