O consultor certo para a empresa certa

O consultor certo para a empresa certa

Ou, de como consultores treinados para assessorar grandes corporações multinacionais falham miseravelmente quando são convocados a auxiliar empresas médias familiares.

Minha longa vida profissional se constituiu de 3 tipos distintos de experiência. Nos primeiros anos, lá no início dos anos 80, fui executivo do braço brasileiro de um merchant bank suiço. Depois tive minha grande escola de consultoria ao passar quase uma década como consultor senior de uma das maiores empresas multinacionais (e globais) do setor. Por fim, criei a Prosperidade como uma butique de serviços, em meados dos anos 90

business teamwork - business men making a puzzle over a white backgroundEmbora a Prosperidade tenha rotineiramente atendido a uma carteira de grandes empresas, construimos uma larga base de relacionamentos junto a empresários e empresas de médio porte, quase todas de perfil familiar. É dessa variedade de experiências que surge a constatação de que as metodologias e abordagens consultivas foram criadas para a grande empresa e não são – de modo algum – apropriadas para as empresas de porte intermediário, muito menos para as de gestão familiar.

As grandes consultorias são compostas por “verticais”, que são os campos de especialização dos profissionais. Alguns são especializados em setores de atividades. O sujeito conhece tudo de, digamos, aviação. Outros são especializados em alguma metodologia. Seu colega ao lado conhece tudo de, digamos, modelos de gestão. Ninguém conhece tudo de tudo.

Empresa média 1Um outro aspecto notável nas grandes consultorias é que elas pouco focam nos aspectos comportamentais e pessoais dos acionistas, gestores e colaboradores. Mesmo quando o projeto envolve governança e definições estratégicas, há uma espécie de barreira entre os componentes técnicos de um grande projeto consultivo e os componentes humanos. Estes ficam por conta de consultorias especializadas, que vão do coaching e mentoring até a pura sessão psicológica. O resultado final disso é que não existe alguém que olhe a empresa como um todo

empresa média 2Empresas de médio porte não permitem esse tipo de “fatiamento” para efeitos de solução de problemas gerenciais. Por um lado, é fato que a vida empresarial se mistura com a vida pessoal dos proprietários. Empresa e proprietário formam um todo. Obviamente não é isso o que diz a teoria. Do ponto de vista conceitual, o correto é separar completamente os negócios dos interesses do dono. Mas a vida é o que é e essa teoria jamais se aplica á realidade

empresa média 3De outro, empreendimentos de médio porte exigem soluções integradas. Quem quer que procure auxiliar estas empresas será chamado a contribuir com questões que vão da mudança da regulamentação ao mau humor do gerente de recursos humanos, de um concorrente que anda predando o mercado ao fisco que aplicou uma autuação discutível, do fornecedor que não vem cumprindo com prazos ao banco que mudou os critérios para concessão de crédito.

A metodologia que a Prosperidade desenvolveu e vem continuamente aprimorando se alicerça nesta visão da realidade da empresa de médio porte. E tem por pressuposto que apenas consultores com larga experiência de vida podem compreender a extensão e as conexões dos inúmeros problemas que afetam empresas médias familiares. Por isso que todos os nossos profissionais tem, no mínimo, 30 tarimbados anos de vida empresarial, seja como consultores, seja como executivos.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados

O Modelo Nórdico – Inspiração para o Brasil

O Modelo Nórdico – Inspiração para o Brasil

Por equipe Prosperidade Consultlria

O Brasil está imerso em um debate político profundo e multifacetado cuja conclusão determinará nosso futuro por muitas décadas. As discussões incluem temas tão diversos quanto corrupção, flexibilização da legislação do trabalho, políticas de promoção social, apoio ao empreendedorismo, gigantismo e dirigismo estatista (ou, ao contrário, estado mínimo e normativo), a insana estrutura fiscal, a insuportável mentalidade cartorial, a asfixiante burocracia, o ineficiente e custoso estado brasileiro, e assim por diante. Quase sempre esses temas são discutidos de forma individualizada mas o fato é que todas estas variáveis estão umbilicalmente ligadas e precisam repensadas e replanejadas de modo holístico

Há 10 anos a Ambrosetti produz o EU-28, Índice de Competitividade relativo à 28 Nações Europeias. Os resultados da edição de 2015 fornecem lições importantíssimas para países como o Brasil que tem a oportunidade histórica de se redesenhar de cima a baixo. Os dados indicam claramente que o chamado Modelo Nórdico de gestão pública é o que trouxe melhores benefícios à população a longo prazo. No Brasil sempre se fala dos países nórdicos. Admiramos seu progresso, civilização e bem-estar social. Mas do que realmente é composto este Modelo Nórdico? Apresentamos a seguir uma síntese do modelo e porque ele vem gerando resultados tão bons. A versão completa, em inglês ou italiano, está disponível no site da empresa: www.ambrosetti.eu.


The EU-28 Competitiveness Index is a tool prepared by The European House – Ambrosetti that measures the current level of competitiveness of the EU-28 Member States. The index identifies 10 Competitiveness Factors (CF) and 55 Key Performance Indicators (KPIs). Each country’s performance for each KPI is evaluated from a competitiveness standpoint: for each KPI, the best performer among the EU-28 MS received a score of 10 (max score) and the worst performer received a score of 1 (min score). The remaining MS’ scores varied between 1 and 10, according to their relative performance.

The Observatory on Europe’s EU-28 Competitiveness Index clearly shows 4 geographical clusters, characterized by different competitiveness levels: Northern European countries are the most competitive, followed by Western, Eastern and finally Southern European countries.

An analysis of the Nordic countries’ competitiveness shows that they outperform the EU average in 41 of the 55 analyzed key performance indicators.

The main competitiveness factors for these countries are related to:

Innovation and Education: Nordic countries are the biggest spenders in R&D across Europe (more than 3% of their GDP) with the highest share of private investments (90%) in the EU. In 2012 they submitted more than 200 patent applications per million inhabitants to the European Patent Office. All of these countries have designed a long-term strategy for innovation. Their leadership in this area is a result of different combinations of the elements that constitute the ecosystem for innovation:

  • Denmark’s research and innovation system benefits from strong scientific production, which is a result of a high level of funding, top-notch human resources and international scientific cooperation.
  • Finnish technology policy had started to move towards information technology in the 1980s when the government established the Science and Technology Policy Council and the National Technology Agent in order to co-ordinate the planning of policy on innovation and provide funding. Finland’s leadership in Information Technology is also due to a network of vibrant centers of excellence.
  • The Swedish research and innovation system is characterized by a dominating private sector. In addition, Sweden is among the most knowledge-intensive countries in the world, with over 42% of the work force employed in knowledge-intensive activities..
  • Innovation is sustained by early-stage venture capital.

All Nordic countries offers equal educational opportunities for all citizens. The Nordic countries have policies to encourage gender equality and to support students from lower socio-economic groups to enter universities. All the Nordic countries provide higher education free of charge for their own citizens. These countries were the first to introduce entrepreneurship courses in education programs. Nordic countries are in broad political agreement on the desirability of investing in education and training all the way up to pension age.

Labour Market: The Nordic countries invest more than others in active labor market policies in the form of job intermediation as well as training and subsidized employment. High employment is possible due to well-designed stabilization policies as well as structures and institutions that are conducive to low unemployment. The main feature of the Nordics’ policies is flexibility in hiring and firing. Active labor market policies offer guidance to the unemployed by providing education courses and training for new placement (skills development and in-job training and lifelong learning). Nordic countries have consistently favored and continue to promote gender equality, encouraging the female labour supply through child care facilities, relatively generous child-related benefits, etc.: this has made it possible to combine work careers and childbearing.

People & Wellbeing: The Nordic countries come out on top in terms of combining a high standard of living with equality and an extensive public sector. The social security net has a central role in the Nordic welfare model: everyone has the individual right to assistance from the public sector if they are unable to look after themselves. In these countries, public sector support is designed to facilitate the maintenance of a reasonable and decent standard of living: as a result, the basic level of Nordic social benefits is high compared to other countries. The main elements of Nordic welfare include health insurance, unemployment insurance, social security and pensions for both early and later retirement.

Public Sector: The Nordic countries have a long legal history of open access to government information. Each Nordic country has unique data registries containing valuable, reliable information, compiled over many years, on illnesses, economic and social conditions, family structure, and migration of their respective populations. The Nordic countries have an exceptionally low level of corruption, which is essential for confidence in authorities and the acceptability of redistributive policies. Nordic citizens’ trust in government allows exhaustive use of registry data in governing the welfare state. Information exchange is characterized by accessibility, openness and transparency.

Networks: The Nordic countries have a strong tradition of a well-developed hard and, in particular, digital infrastructure. The Nordic region is also well advanced in green technology, which is predicted to become one of the key competitive factors in the global market in the future. The Nordic region offers a business-friendly environment with access to dynamic markets: domestic, Nordic and European.

Final Wrap Up – Denmark

  • Denmark has the highest expenditure on higher education as a percentage of GDP and has laid the groundwork for high levels of technological adoption and innovation. The Danish workforce has the skills needed to adapt rapidly to a changing environment.
  • Denmark is a knowledge-based society with leading industry and research in areas such as greentech, biotech, pharmaceutical sciences, telecommunications, IT, and design.
  • Denmark continues to distinguish itself in labour market policies, investing more than all other EU countries. With flexicuritythe country has one of the most efficient labour markets internationally, with flexible regulations, strong labour-employer relations, and a very high percentage of women in the labour force.
  • The country adopted policies to encourage the transition of sick and disabled workers into employment.
  • Denmark benefits from a well-functioning and highly transparent institutional framework with the lowest level of corruption in the world.

Final wrap up – Finland

  • The Finnish government has been promoting an ambitious structural reform package, aimed at consolidating municipal finances, raising the efficiency of public services, extending working careers, lowering structural unemployment, and lifting potential output.
  • Finland’s biggest success factor is its capacity to innovate and very high public and private R&D investments with very strong links between universities and industry coupled with an excellent education and training system and one of the highest levels of technological readiness.
  • Finland continues to exhibit highly transparent public institutions and high-quality infrastructure

Final wrap up -Sweden

  • The country has been placing significant emphasis on creating the conditions for innovation-led growth.
  • Efficiency and transparency of public institutions are particularly high and they constitute attractive factors of the Swedish economy.
  • Combined with a strong focus on education over the years and a forward-looking attitude towards technological change, Sweden has developed an advanced business cultureand is one of the world’s leading innovators.
  • The country shows a stable macroeconomic environment, with a balanced budget and manageable public debt levels. Combined, these features make Sweden one of the most productive and competitive economies in the world.
  • The country is characterised by notable social protection and is one of the most equal societies in the world.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados. A The European House – Ambrosetti é o quarto mais importante Think Tank Europeu (https://www.ambrosetti.eu/)

Índice de Atratividade Global da Ambrosetti

Índice de Atratividade Global da Ambrosetti

Em um mundo cada vez mais globalizado, a concorrência entre as nações se expandiu e a “qualidade” de uma região passou a ser um fator chave a afetar decisões de investimentos, localização de empresas e fluxo de mão de obra. Devido à sua crescente visibilidade e difusão na mídia, os rankings internacionais de atratividade ganharam enorme importância no apoio às decisões estratégicas das empresas, na formulação de políticas públicas e na percepção internacional sobre cada país.

A maioria dos países reconhece a importância da atratividade do país para alavancar seu crescimento e implementa estratégias para melhorar seus Indicadores Chave de Desempenho e sua posição nos rankings internacionais. Entretanto, muitos desses rankings apresentam problemas metodológicos importantes como uso excessivo de pesquisas qualitativas, critérios subjetivos e utilização de dados não padronizados entre os vários países. Além disso, eles frequentemente desconsideram aspectos essenciais como as competências, infraestrutura, segurança e estabilidade da população

A Ambrosetti criou seu Global Attractiveness Index com o propósito de disponibilizar um indicador confiável da atratividade dos países para a comunidade empresarial mundial e para os formuladores de políticas nacionais. Os 50 Indicadores Chave de Desempenho utilizados se organizam em 3 índices intermediários:

  • Índice de Posicionamento (PI) que mede a atratividade de um País em relação a outros e é avaliado com base em quatro atributos: abertura da economia, inovação, eficiência e recursos
  • Índice de Dinâmica (DI) e Índice de Sustentabilidade (SI) medindo, respectivamente, a mudança de curto prazo do nível de atratividade (últimos 3 anos) e a sustentabilidade real da posição do país

Os resultados para 2016 posicionam o Brasil na posição 24 de um total de 144 países. O país mais atrativo do mundo estabeleceu o referencial a partir do qual todos os demais foram classificados. Como os EUA obtiveram a maior pontuação, seu índice tornou-se igual a 100. Quatro outros países possuem pontuação semelhante e se configuram como o Bloco 1: os países mais atrativos do mundo para investimentos, se morar, estudar e viver: Alemanha, Japão, Canadá e Cingapura. Todos estes países têm pontuação entre 98 e 100

Países com pontuação entre 80 e 98 formam um segundo bloco de nações atrativas. Estão nele Reino Unido, Austrália, Holanda, Coréia do Sul, China, Suíça, França e Hong Kong

O Brasil faz parte do terceiro bloco, nações com pontuação entre 64 e 73. Estão neste bloco a Itália, Áustria, Dinamarca, Rússia, Suécia, Espanha, Irlanda, Noruega, Luxemburgo, Bélgica, Brasil e Finlândia. Nosso “score” foi de exatos 64,2 pontos. Não é uma pontuação maravilhosa mas também não pode ser considerada ruim, principalmente quando se constata que estamos no mesmo grupo de nações europeias desenvolvidas e bem longe de países com os quais normalmente somos comparados: México com 56 pontos, Índia com 55, Chile com 47, Colômbia com 32 e Argentina com 31 pontos ficaram muito distante de nós

O Brasil obtém pontuação alta em alguns dos Indicadores como produto interno bruto, expectativa de vida, usuários de internet, recursos naturais, taxa de suicídio e pessoas afetadas por desastres naturais. Em compensação, apresenta desempenho medíocre em fluxo turístico, quantidade de imigrantes e estudantes estrangeiros, produtividade da economia, carga tributária, índice de estado de direito (que mede, dentre outras coisas, a corrupção), e o índice global da paz (que mede a violência urbana, dentre outros fatores)

A análise cuidadosa revela que o Brasil, ao contrário do resto do mundo, não gerencia sua imagem e sua atratividade internacional. Somos essencialmente insulares, preocupados apenas conosco e fechados ao convívio com o resto do planeta. Pelo nosso gigantismo geográfico, distância física em relação à Europa, EUA e Ásia, tamanho da população e, principalmente, tamanho dos nossos problemas, o Brasil vive em torno de si mesmo. Faria muito bem à nossa economia e ao nosso amadurecimento como nação estar mais integrado ao mundo, absorvendo experiências e aprendendo mais rapidamente.

O Global Attractiveness Index, da Ambrosetti, pode ser utilizado como uma ferramenta que ajude nosso país a definir políticas que aumentem nossa atratividade, alavancando o crescimento econômico, estimulando a modernização do país e, acima de tudo, melhorando as condições de vida de 206 milhões de brasileiros.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados. A The European House – Ambrosetti é a quarta mais importante Think Tank Europeu (www.ambrosetti.eu)

Ingenuidade e Diversidade: sobrevivendo no novo ecossistema

Ingenuidade e Diversidade: sobrevivendo no novo ecossistema

O texto a seguir é um resumo da apresentação de Toby Peyton-Jones no Webnar do Ambrosetti Live. Peyton-Jones é Comissário da Comissão de Emprego e Competências do Reino Unido e Diretor de RH da Siemens Reino Unido e Países Atribuídos

A era digital tem nos feito sentir desconfortáveis ​​com a velocidade e complexidade das mudanças: o futuro próximo parece cada vez mais imprevisível, com disrupções alimentadas pela conectividade global, e com máquinas que não apenas realizam funções mas agora têm o poder de aprender .

As megatendências nos apontam o tipo de mudanças que veremos acontecer no mercado de trabalho: uma força de trabalho multigeracional e envelhecida, e tecnologia cada vez mais inteligente substituindo os profissionais de colarinho branco, gerando uma sociedade de vencedores e perdedores. Enquanto isso, o trabalho virtual “em qualquer lugar, a qualquer hora e de qualquer maneira” exigirá um novo relacionamento entre empregador e empregado.

É útil entender quais megatendências oferecem oportunidades ou trazem ameaças aos negócios. Peyton-Jones compartilhou como a Siemens está posicionando seu portfólio de negócios para se alinhar com as megatendências e investir em habilidades que apoiarão a inovação nessas áreas.

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Mas entender as tendências não resolve nosso problema. A questão é: como podemos nos preparar para um mundo de crescente volatilidade, com descontinuidades como a mudança do físico para o virtual e da máquina programada para a máquina que aprende mais rápido do que qualquer humano? Em tal mundo, a capacidade de adaptação/aprendizado e a capacidade de trabalhar com complexidade e ambiguidade tornam-se centrais.

…Então, o que pode ser feito?

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Como zoólogo e líder de negócios, Toby Peyton-Jones também explicou que “a diversidade é um determinante da sobrevivência”.

“Um pool genético homogêneo é uma bomba-relógio que leva a espécie à extinção assim que o ambiente muda. Não é diferente no mundo corporativo e já vimos isso acontecer com muitas empresas. Além disso, embora possamos entender intelectualmente que a diversidade é importante para a sobrevivência em um mundo em mudança, estamos programados para desconfiar daqueles que pensam, agem e se comportam de forma diferente”

Esta visão embasa o cenário para o tipo de habilidades que nossos futuros líderes e funcionários.precisarão desenvolver

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Embora as habilidades técnicas sejam importantes, a robótica e a inteligência artificial tomarão o lugar de especialistas em disciplinas tão amplas quanto finanças e medicina. Neste mundo, é o know-how interdisciplinar que permanecerá em demanda, o que Peyton-Jones chamou de meta habilidades.

Uma combinação de, por exemplo: habilidades comerciais, know-how técnico, habilidades de projeto, habilidades de TI e know-how de mercado formam uma rede de meta-capacidades que será difícil de ser replicado por uma máquina.

Na Siemens, é valorizada a engenhosidade: embora as habilidades técnicas possam ficar desatualizadas rapidamente, a meta-capacidade permanecerá. Entretanto, ainda não há um programa de treinamento único e completo para meta-habilidades, embora se saiba que esta será uma necessidade futura.

Ao mesmo tempo, o velho arquétipo do “líder visionário”, cuja grande força são a confiança e convicções inabaláveis, pode se tornar um passivo em um futuro complexo e volátil. Nossos novos líderes e organizações serão mais orquestradores, onde as habilidades de capacitação, cocriação e escuta se tornarão muito mais proeminentes.

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Formalmente, ainda temos contratos com horário de trabalho das 9 às 5hs, para trabalhar em um local específico, embora as pessoas possam trabalhar em qualquer lugar e a qualquer hora. Temos organogramas, descrições de funções e metas que refletem cada vez menos o que as pessoas estão realmente fazendo no dia a dia. Nossos relatórios gerenciais nos ajudam cada vez menos a conduzir uma empresa onde os ativos são cada vez mais virtuais.

Este novo mundo já existe mas o antigo pool genético de pensamento está nos mantendo em negação. Para lidar com o que vem pela frente precisamos de uma cultura que valorize a diversidade de pensar e ser e de Líderes que saibam se conectar e co-criar um futuro.

Além disso, precisamos de um ecossistema educacional que combine aprendizado e ganhos com o desenvolvimento de meta-habilidades interdisciplinares para apoiar o emprego em um mundo onde a inteligência artificial assumirá o papel do especialista.

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados. Este texto é parte da apresentação feita por Toby Peyton-Jones, Comissário da Comissão de Emprego e Competências do Reino Unido e Diretor de RH da Siemens Reino Unido, em evento da The European House – Ambrosetti (www.ambrosetti.eu)

Que capitalismo ainda nos resta?

Que capitalismo ainda nos resta?

Por Fabio Nogueira

A teoria econômica nos ensina que o crescimento econômico depende de concentração de capital. Essa concentração pode ocorrer por 3 mecanismos diferentes:

robberbarons1(1) Pela ação do próprio empresariado, como aconteceu nos Estados Unidos na segunda metade do século 19. Os “robber baron” ficaram conhecidos por dominar seus segmentos de mercado às custas de práticas bastante controversas. Embora hoje em dia isso seja raro, em setores embrionários esse fenômeno ainda é visível. Basta lembrar o que ocorreu com a indústria de sistemas operacionais e aplicativos para desktop nos anos 80, que se concentrou praticamente todo na Microsoft apesar das várias ações anti-monopólio movidas contra a empresa.

(2) No capitakorean-companieslismo dirigido, onde o governo utiliza uma combinação de ferramentas tributárias, financeiras, legais, regulatórias e alfandegárias para estimular o surgimento e consolidação de grandes conglomerados industriais, capazes de investir fortemente em tecnologia e produzirem a baixo custo em função da larga escala. A Coréia do Sul utilizou esse método com muito sucesso a partir dos anos 60, com seus Chaebols. O mesmo método foi utilizado nos governos Lula, com seu projeto de campeãs nacionais.

 

(3) Com a criação de grestataisandes empresas estatais, não raro monopolistas. Foi o modelo aplicado pelo regime militar. O prof. Delfim Netto, artífice desse modelo na época, repetia sempre que era preciso primeiro fazer o bolo crescer e depois dividi-lo, justificando a falta de políticas de distribuição de renda e promoção da igualdade social. O regime militar, a bem da verdade, também estimulou o surgimento de grandes conglomerados nacionais mas poucos deles sobreviveram ao teste do tempo

A partir de 2016 o Brasil começou uma guinada rumo ao conservadorismo político, o que geralmente conduz ao fortalecimento do livre mercado. Houve relativamente pouco progresso nesses 6 anos. As reformas foram tímidas, a privatização também, o PIB praticamente não cresceu. Teremos eleições federais em outubro. A maioria dos analistas concorda que nenhum dos candidatos mais bem posicionados nas pesquisas deixará de avançar por uma agenda que estimule a atividade econômica. Considerando o histórico dos últimos 20 anos, é licito perguntar: qual capitalismo é viável e/ou necessário para o país retomar sua rota de crescimento?

  • o capitalismo selvagem do velho oeste americano é impensável.
  • a economia dirigida encontra-se desacreditada em função dos escândalos de corrupção, enriquecimento ilícito e esgotamento da capacidade de investimento do estado, embora tenha dado muito certo em todo o Oriente (sendo a China o exemplo mais recente)
  • o modelo de estatização da economia provou-se útil em um primeiro momento e um entrave à eficiência do país no momento seguinte. Estatais facilmente tornam-se cabides de emprego, frequentemente tomam decisões baseadas não em lógica econômica mas em interesses políticos, permitem o surgimento de um corporativismo excessivo por parte de seu corpo funcional, são pouco ágeis, não prestam contas a ninguém, não seguem diretrizes de prazo maior do que o mandato do governante de plantão, são ineficientes, geram pouco lucro, recolhem pouco imposto, prejudicam o cidadão e impedem a competição

Ao Brasil não basta escolher um modelo de crescimento econômico. É preciso também equacionar o problema da falta de investimentos e cultura de inovação, eliminar o excesso de burocracia, estimular vigorosamente a reindustrialização do país e combater a mentalidade vigente em parte da sociedade de que o empresário é um predador. Tudo isso deve ser debatido dentro de uma visão de longo prazo, 30 anos ou mais, prazo mínimo necessário para que um país de industrialização tardia como o nosso possa almejar ingressar no rol das nações econômica e socialmente desenvolvidas

As eleições de outubro colocarão frente a frente dois candidatos que são apresentados à nação como estando no extremo de polos ideológicos opostos. Na realidade, não importa quem ganhe, há muito pouco espaço de manobra e a receita para recuperar o país passa por vender algumas estatais (e há centenas delas, embora certamente um candidato mais à esquerda tenha dificuldades em vender as mais valiosas), estimular o investimento direto estrangeiro, manter a inflação sob controle (o que pressupõe um limite de gastos públicos, já que o endividamento federal continua muito alto), manter a agricultura exportando o máximo possível, restringir despesas com serviço da dívida, controlar as despesas com aposentadoria e incutir otimismo na sociedade.

A eleição será muito disputada, com metade do país confiando em um candidato e desconfiando fortemente de outro. Independente dos resultados da eleição, é quase impossível imaginar um governo de consenso, com toda a nação unificada em torno de um lider. O que é uma pena

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados

Exportar é preciso

Exportar é preciso

Durante décadas vigorou no Brasil a noção de que o mercado potencial interno era tão vasto que não havia qualquer necessidade das empresas nacionais se esforçarem para exportar. Tudo era usado como argumento contra o esforço exportador: custo para se desenhar embalagens novas, lotes mínimos solicitados pelos importadores, suporte de marketing, esforço para compreender outros hábitos de consumo, adaptação dos produtos a outras legislações e até a necessidade de se falar fluentemente outros idiomas, em especial o inglês. Essa visão insular não mais resiste à realidade

economic-cycle-ups-downs-49091229Nos últimos 30 anos nós vivemos numa gangorra, alternando períodos de larga prosperidade por outros de forte crise. No capitalismo existe um ciclo estrutural de mais ou menos 25 a 30 anos de prosperidade que finda em uma crise qualquer, que provoca a reestruturação dos mercados e das finanças e dá origem a um novo longo ciclo de expansão. No Brasil a gente vive ciclos expansionistas de não mais do 5 a 7 anos

NA-BB340_TYPHOO_F_20091020153927Tanta instabilidade traz um fardo pesado para as empresas. Além de precisarem conviver com burocracia exacerbada, impostos altíssimos, baixa qualidade de mão de obra, infraestrutura deteriorada e modificações constantes nas regulamentações, as empresas precisam também sobreviver a esses fortes altos e baixos econômicos. Isso as motivou a desenvolver uma técnica de gestão para a sobrevivência, onde o caixa e a liquidez são o foco principal, e não o negócio. Consequências: (1) pouca atenção à inovação, já que ela consome tempo para ser desenvolvida e arrisca não dar certo (2) baixo investimento na produção. Para que agregar capacidade instalada se daqui a alguns anos ela ficará ociosa? (3) ou, se for realmente necessário agregar capacidade, o produto precisará oferecer uma margem de lucro muito alta já o investimento tem de se pagar em pouco tempo. Resultado: produtos muito caros. (4) market-share é importante mas margem é mais ainda. Isso leva a esforços de organização de mercado (um eufemismo para cartelização), sempre que possível. (5) o planejamento estratégico se reduziu a adivinhar quando a próxima crise chegará e a se preparar para ela.

Isso tudo traz à discussão a questão da exportação. Está mais do que claro que exportar é uma necessidade vital para a empresa reduzir o risco associado ao mercado interno. Mercados maduros tem demandas mais estáveis, com dinâmicas previsíveis. Alocar uma parcela significativa dos negócios no exterior ajuda a minimizar os solavancos impostos pela economia brasileira vive e equilibrar a empresa.

O exemplo da Itália é eloquente. As exportações representam 24,4% do PIB. No Brasil esse índice é exatamente a metade: 12,5%. A Italia exporta produtos e serviços de engenharia, tecidos, calçados, roupas, automóveis, máquinas de produção, produtos químicos, alimentos processados, azeite, vinho, turismo e serviços diversos, incluindo design

exportacao1Comparado com outros países desenvolvidos, a Itália tem um número relativamente pequeno de grandes multinacionais. Entretanto, uma parte substancial das suas exportações provém de empresas de médio e pequeno porte, notadamente as familiares. Como não há condições de se competir diretamente com as economias emergentes da Asia em função da escala de produção, a Italia especializou suas exportações em mercados de nicho, produtos de alta qualidade, valor agregado e/ou de luxo.

exportacao-direta-01O Brasil, que tem uma economia praticamente do mesmo tamanho da italiana e também se estrutura fortemente sobre empresas de médio porte, pode perseguir a mesma trilha. Não dá pra mais pra emular o modelo asiático. Esse bonde já perdemos. Também não dá pra emular a economia de inovação dos norte-americanos. O capital necessário para isso é gigantesco. Mas há um espaço intermediário hoje ocupado por economias de porte semelhante à nossa, como a espanhola, a francesa e a italiana. É onde podemos nos posicionar e tirar proveito de algo que sempre menosprezamos: a marca Brasil. O Brasil é associado, no imaginário popular do planeta, à alegria, emoção, improviso, originalidade, juventude, agitação, liberdade, ousadia, calor, capacidade de resolver problemas de última hora, otimismo incorrigível. Todos esses atributos podem ser explorados por empresas de todos os portes. Há uma grande quantidade de produtos e serviços que o país tem plenas condições de exportar suportado pelo brand Brasil. Brasil é uma marca apreciada e ela é muito mal explorada. Exportar não é mais opção, é necessidade que precisa fazer parte da agenda de todo empresário e CEO.

A Ambrosetti tem mais de meio século de experiência auxiliando empresas do mundo inteiro a construir marcas internacionais e expandir seus mercados além fronteira. Fale conosco. Nossos 21 escritórios, nos 5 continentes, tem muito a contribuir com sua empresa

A Prosperidade Consultoria é uma empresa fundada em 1994. Com amplo histórico de projetos em estratégia corporativa, internacionalização de negócios, modernização gerencial e processos de transformação empresarial, a Prosperidade vem se consolidando como consultoria de excelência em temáticas emergentes, dentre as quais inclusão, diversidade e mercados micro-segmentados